Semana passada o Brasil inteiro se revoltou com uma banana atirada no gramado do Emirates Stadium durante o amistoso entre Brasil x Escócia.
A linha do discurso foi o de que ocorreu um ato preconceituoso altamente condenável.
Do lado brasileiro, o esforço para transformar os europeus em geral em um povo racista. (Há tantos racistas lá como há aqui, garanto).
Do lado britânico, o esforço inverso. Até que acharam um adolescente alemão que teria sido o responsável por atirar a fruta no campo.
Depois de chiadeira de um lado e explicações meio capengas de outro o caso acabou encerrado. Mas antes disso repercutiu fortemente. Brasileiros se sentiram atingidos com aquele ato.
No entanto, outro tipo de ato discriminatório ainda causa pouca indignação por aqui.
Principalmente porque normalmente palcos esportivos (campos de futebol sobretudo) são lugares em que o desrespeito com o próximo é muito mais tolerado e porque ainda há muito machismo envolvido.
Tudo em nome da paixão que o esporte provoca e, claro, graças à total omissão do poder público. Trata-se do preconceito por orientação sexual.
O último ato foi sofrido por Michael, meio de rede da equipe Vôlei Futuro, que disputa a Superliga.
Na sexta-feira, ele foi duramente discriminado durante a partida de seu time contra o Sada/Cruzeiro em Contagem. Chamado de “bicha” o jogo todo até por senhoras e crianças, deu entrevista contando o que sentiu.
Ontem, Michael admitiu publicamente ser homossexual.
Não é menos preconceituoso discriminar um homossexual do que discriminar um negro. Mas tem gente que acha. Assim, o preconceito por orientação sexual é amplamente tolerado.
Em sua passagem pelo São Paulo, o volante Richarlyson foi humilhado por torcedores rivais e até por parte da própria torcida, que não gritava seu nome no estádio. Em determinada ocasião ele foi ameaçado fisicamente.
Tudo porque havia colocado um aplique no cabelo durante as férias.
O atual jogador do Atlético Mineiro nunca admitiu ser homossexual, o que não diminuiu o tipo de humilhação sofrida.
Pouco importa se a pessoa atingida não se importa com o ataque. Ocorre é o que acontece.
A única diferença entre o preconceito racial e o por orientação sexual é que o primeiro é explícito e literal. Quando se chama um negro de macaco é por uma relação maldosa com a cor de sua pele.
Um homossexual pode não ter uma característica aparente. Por isso é que agressores se sentem à vontade. Afinal quando se xinga um árbitro de bicha não é preconceito, apenas uma “brincadeira de estádio.”
Agora, chamar Paulo Cesar de Oliveira de “preto” é preconceito. A verdade é que as duas coisas são inaceitáveis na mesma medida. Mas têm pesos distintos porque autoridades do esporte e até o público trata dois casos idênticos com gravidade muito diferentes
A linha do discurso foi o de que ocorreu um ato preconceituoso altamente condenável.
Do lado brasileiro, o esforço para transformar os europeus em geral em um povo racista. (Há tantos racistas lá como há aqui, garanto).
Do lado britânico, o esforço inverso. Até que acharam um adolescente alemão que teria sido o responsável por atirar a fruta no campo.
Depois de chiadeira de um lado e explicações meio capengas de outro o caso acabou encerrado. Mas antes disso repercutiu fortemente. Brasileiros se sentiram atingidos com aquele ato.
No entanto, outro tipo de ato discriminatório ainda causa pouca indignação por aqui.
Principalmente porque normalmente palcos esportivos (campos de futebol sobretudo) são lugares em que o desrespeito com o próximo é muito mais tolerado e porque ainda há muito machismo envolvido.
Tudo em nome da paixão que o esporte provoca e, claro, graças à total omissão do poder público. Trata-se do preconceito por orientação sexual.
O último ato foi sofrido por Michael, meio de rede da equipe Vôlei Futuro, que disputa a Superliga.
Na sexta-feira, ele foi duramente discriminado durante a partida de seu time contra o Sada/Cruzeiro em Contagem. Chamado de “bicha” o jogo todo até por senhoras e crianças, deu entrevista contando o que sentiu.
Ontem, Michael admitiu publicamente ser homossexual.
Não é menos preconceituoso discriminar um homossexual do que discriminar um negro. Mas tem gente que acha. Assim, o preconceito por orientação sexual é amplamente tolerado.
Em sua passagem pelo São Paulo, o volante Richarlyson foi humilhado por torcedores rivais e até por parte da própria torcida, que não gritava seu nome no estádio. Em determinada ocasião ele foi ameaçado fisicamente.
Tudo porque havia colocado um aplique no cabelo durante as férias.
O atual jogador do Atlético Mineiro nunca admitiu ser homossexual, o que não diminuiu o tipo de humilhação sofrida.
Pouco importa se a pessoa atingida não se importa com o ataque. Ocorre é o que acontece.
A única diferença entre o preconceito racial e o por orientação sexual é que o primeiro é explícito e literal. Quando se chama um negro de macaco é por uma relação maldosa com a cor de sua pele.
Um homossexual pode não ter uma característica aparente. Por isso é que agressores se sentem à vontade. Afinal quando se xinga um árbitro de bicha não é preconceito, apenas uma “brincadeira de estádio.”
Agora, chamar Paulo Cesar de Oliveira de “preto” é preconceito. A verdade é que as duas coisas são inaceitáveis na mesma medida. Mas têm pesos distintos porque autoridades do esporte e até o público trata dois casos idênticos com gravidade muito diferentes
Nenhum comentário:
Postar um comentário