Data: De 17 de junho a 17 de julho
Países participantes: 24
Campeão: Brasi
2º Colocado: Italia
3º Colocado: Suecia
Números: 52 jogos e 141 gols (média de 2,71)
A Copa de 1994 foi marcada pelas surpresas. A começar pelo campeão Brasil, que não era tido como o grande favorito, só conseguiu a classificação no último jogo das eliminatórias, contra o Uruguai, e voltou a comemorar um título mundial depois de 24 anos e pela primeira vez sem Pelé. Romário carregou o time verde-amarelo, mas o grito de "é campeão" só saiu após 120 minutos de bola rolando, 0 a 0 no placar e inédita cobranças de pênaltis na final contra a Itália.
Foi a coroação da chamada "era Dunga", massacrada após o fracasso em 1990, e do futebol de resultado do técnico Carlos Alberto Parreira. A campanha teve a redenção do lateral Branco, vitórias suadas sobre os anfitriões Estados Unidos, nas oitavas, a forte Holanda, nas quartas, e a Suécia, na semifinal. Tudo isso depois de uma primeira fase sem sustos e liderança do grupo B, com vitórias por 2 a 0 sobre a Rússia e 3 a 0 diante de Camarões e um empate por 1 a 1 com a Suécia.
O time titular de Parreira tinha uma defesa segura, com Taffarel, Jorginho, Márcio Santos, Aldair e Leonardo, que seria expulso contra os EUA e daria lugar a Branco no time titular. Mauro Silva e Dunga faziam uma proteção intransponível no meio e ainda tinham a ajuda de Mazinho e Zinho, meias táticos. Raí, ídolo são-paulino, começou a Copa como titular e acabou no banco. No ataque, toda a genialidade de Bebeto e Romário.
A Copa ficou também marcada por Diego Maradona, pego no exame antidoping por uso de efedrina e excluído do Mundial. Ele viu a Argentina naufragar nas oitavas após encher os olhos na primeira fase. Algoz dos sul-americanos, a Romênia surpreendeu nos EUA, assim como a Bulgária de Stoichkov e cia e a ofensiva Nigéria, que só caiu diante da Itália pela genialidade de um dos craques da Copa, Roberto Baggio.
O Brasil foi à Copa com:
Goleiros: Taffrel (Reggina-ITA), Gilmar (Flamengo) e Zetti (São Paulo);
Laterais: Jorginho (Bayern de Munique-ALE), Cafu (São Paulo), Branco (Corinthians) e Leonardo (São Paulo);
Zagueiros: Aldair (Roma-ITA), Márcio Santos (Bordeaux-FRA), Ricardo Rocha (Vasco) e Ronaldão (Shimizu-JAP);
Meio-campistas: Mauro Silva (La Coruña-ESP), Dunga (Stuttgart-ALE), Mazinho (Palmeiras), Raí (Paris Saint-Germain-FRA), Paulo Sérgio (Bayer Leverkusen-ALE) e Zinho (Palmeiras);
Atacantes: Romário (Barcelona-ESP), Bebeto (La Coruña-ESP), Viola (Corinthians), Müller (São Paulo) e Ronaldo (Cruzeiro);
Técnico:Carlos Alberto Parreira.
CURIOSIDADES
O zagueiro colombiano Andrés Escobar foi assassinado com 15 tiros ao voltar ao seu país. A razão: supostamente por ter marcado um gol contra diante dos EUA.
O russo Salenko anotou cinco gols em uma mesma partida, nos 6 a 1 de seus país contra Camarões, e é o único até hoje a atingir tal feito.
O italiano Gianluca Pagliuca tornou-se o único goleiro expulso em Mundiais após o cartão vermelho diante da Noruega.
A média de público de 68.413 pessoas é a maior da história e surpreende por ter acontecido nos EUA, país sem tradição no futebol - mas com grandes estádios.
A decisão por pênaltis entre Brasil e Itália foi a primeira e única até o momento na história das finais de Copas.
O duelo entre EUA e Suíça, no dia 18 de junho, em Detroit, foi o primeiro de um Mundial em estádio coberto.
Com a taça, o brasileiro Zagallo tornou-se o único homem a vencer uma Copa por quatro vezes: em 1958 e 1962 como jogador, em 1970 como técnico e em 94 como coordenador.
O camaronês Roger Milla tornou-se, com 42 anos e 39 dias de idade e contra a Rússia, o jogador mais velho a disputar um jogo e a fazer gol em Copas.
A torcida camaronesa incendiou a casa do goleiro Joseph-Antoine Bell, creditando a ele a fraca campanha da seleção nos EUA.
O jogadores do Brasil homenagearam o piloto de F-1 Ayrton Senna, morto em maio de 1994 em um acidente, com a faixa: "Senna, Aceleramos Juntos. O Tetra é Nosso".
A vitória do Brasil sobre os EUA nas oitavas de final, em jogo dramático, aconteceu em um 4 de julho, o dia da Independência norte-americana
O GOL DA COPA
09/07/1994
Brasil 3 x 2 Holanda (Bebeto)
O lançamento de Aldair apanhou Romário voltando do campo de ataque, em posição de impedimento. Até hoje, os holandeses reclamam. Romário fingiu-se de morto e induziu o assistente a deixar a partida correr. Estava certo. Bebeto saiu de trás e invadiu a área. O goleiro Ed de Goej saiu do gol e levou o drible. Com o gol vazio, Bebeto tocou para as redes. A história, porém, seria feita na comemoração em que Bebeto balançou os braços como se ninasse o filho Matheus, nascido dois dias antes. Romário e Mazinho sorriam a seu lado e balançavam o nenê, imitando Bebeto. O gesto ficou imortalizado.
DESTAQUE DA COPA
A Copa de 1994 foi de Romário de Souza Faria. Preterido por Parreira durante as turbulentas eliminatórias, o "Baixinho" pôs o Brasil no Mundial com dois gols no jogo decisivo contra o Uruguai. Lá, carregou a seleção com outros cinco gols e assistências – uma alucinante contra os anfitriões e que rendeu uma declaração de amor de Bebeto. Aos 28 anos, foi escolhido o melhor jogador do torneio e do mundo, mas ficou sem a artilharia. Apesar da grande fase no Barcelona, resolveu voltar ao futebol brasileiro depois da Copa para defender o Flamengo.
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